Em ação contra lavagem de dinheiro, cerca de 400 policiais federais saíram em 17 de março de 2014 no encalço de um punhado de doleiros e acabaram puxando os fios do maior escândalo de corrupção da história do país. Confira os passos dos investigadores e entenda como as provas e depoimentos colhidos em cada etapa levaram a operação ao patamar seguinte
A Polícia Federal deslancha operação contra lavagem de dinheiro em dezessete cidades de seis Estados e no Distrito Federal. Os alvos da operação são “alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio”, segundo a PF. Ou seja, doleiros a serviço das mais diversas traficâncias: sonegação fiscal, evasão de divisas, contrabando de pedras preciosas, desvios de recursos públicos, corrupção de agentes públicos, tráfico internacional de drogas etc. O marco zero da operação é o Posto da Torre (foto), a cerca de três quilômetros do Congresso, apontado pelos investigadores como uma espécie de “caixa eletrônico da propina”. É a ele que a operação deve seu nome – embora, a rigor, não houvesse ali nenhum lava-jato, mas uma lavanderia e uma casa de câmbio, fechada pela PF. Trinta pessoas foram presas nesta primeira fase, incluindo velhos conhecidos da Justiça: o mensaleiro Enivaldo Quadrado; o doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto; a doleira Nelma Kodama (no aeroporto, tentando fugir do país com 200.000 euros na calcinha, segundo a PF); e Alberto Youssef, um dos principais personagens da CPI do Banestado, de 2003, que à época foi poupado da prisão em razão de um acordo de delação. Certo de pegar uma dura sentença, Youssef não demora a tentar uma nova colaboração com a Justiça e decide contar o que sabe, começando pelos serviços prestados a um certo Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, a quem deu um jipe Land Rover de 200.000 reais.
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